...o lance mesmo é virar vereador!
Muito se comenta na mídia sobre o aumento de cargos públicos nos últimos três anos com salários ofensivos para a ótica do empresário. Essas funções exigem, contudo, nível superior, conhecimentos específicos e meses (ou anos) de estudos sobre legislação, assuntos técnicos, e uma concorrência pra lá de assustadora. O último concurso para Oficial de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) registrou 415 candidatos por vaga para um salário de cerca de R$ 10 mil e direito à algumas investigações da revista Veja que podem culminar em prisão.
Dá para enfrentar uma concorrência bem mais branda de 19,5 candidatos por vaga por um salário de R$ 9.288, que pode subir para R$ 13.781. E nem precisa de estudo algum. Basta disputar uma das 55 cadeiras do legislativo da Câmara Municipal de São Paulo e torcer. Certamente, a chance é maior do que ganhar na Mega Sena ou passar em algum concurso público e ser chamado de vagabundo. Pelo menos na carreira política, nem precisa trabalhar cinco dias por semana. Isso sim é vida boa de verdade.
Alguns candidatos que fazem parte da lista dos pouco mais de mil registrados para estas eleições na capital paulista sequer registraram seu grau de instrução, limitando-se à resposta de “lê e escreve” no site do Superior Tribunal Eleitoral (TSE). É o caso do Abraão do Queijo e da empregada doméstica Dona Amara.
Nada contra a falta de escolaridade para funções políticas quando o objetivo do candidato é de fato fazer política e existe um histórico de vida que prove o preparo do candidato à função. Desde já registro meu contentamento com a atual presidência do país. O problema é quando a mídia coloca o funcionário público como um incompetente oportunista de salários aviltantes e incompatíveis com a realidade “mais justa do mercado de trabalho” e se esquece de mostrar o verdadeiro cabide de empregos que o Brasil possui nos cargos do legislativo.
Para quem se contenta com um salário de cerca de R$ 2400, pode tentar uma das nove cadeiras do legislativo de Salesópolis – cidade com uma das menores relações na grande São Paulo e Alto Tietê - com 8,2 candidatos a vereador por cargo. Mais fácil do que passar nos vestibulares de universidades públicas ou mesmo entrar para cargos públicos simples como professor de primário ou motorista concursado. Que tal tentar a sorte em 2012?
FONTES:
www3.tse.gov.br
http://g1.globo.com/Eleicoes2008/0,,MUL603111-15693,00-SALARIO+DOS+VEREADORES+NAS+CAPITAIS+VARIA+ATE.html
Muito se comenta na mídia sobre o aumento de cargos públicos nos últimos três anos com salários ofensivos para a ótica do empresário. Essas funções exigem, contudo, nível superior, conhecimentos específicos e meses (ou anos) de estudos sobre legislação, assuntos técnicos, e uma concorrência pra lá de assustadora. O último concurso para Oficial de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) registrou 415 candidatos por vaga para um salário de cerca de R$ 10 mil e direito à algumas investigações da revista Veja que podem culminar em prisão.
Dá para enfrentar uma concorrência bem mais branda de 19,5 candidatos por vaga por um salário de R$ 9.288, que pode subir para R$ 13.781. E nem precisa de estudo algum. Basta disputar uma das 55 cadeiras do legislativo da Câmara Municipal de São Paulo e torcer. Certamente, a chance é maior do que ganhar na Mega Sena ou passar em algum concurso público e ser chamado de vagabundo. Pelo menos na carreira política, nem precisa trabalhar cinco dias por semana. Isso sim é vida boa de verdade.
Alguns candidatos que fazem parte da lista dos pouco mais de mil registrados para estas eleições na capital paulista sequer registraram seu grau de instrução, limitando-se à resposta de “lê e escreve” no site do Superior Tribunal Eleitoral (TSE). É o caso do Abraão do Queijo e da empregada doméstica Dona Amara.
Nada contra a falta de escolaridade para funções políticas quando o objetivo do candidato é de fato fazer política e existe um histórico de vida que prove o preparo do candidato à função. Desde já registro meu contentamento com a atual presidência do país. O problema é quando a mídia coloca o funcionário público como um incompetente oportunista de salários aviltantes e incompatíveis com a realidade “mais justa do mercado de trabalho” e se esquece de mostrar o verdadeiro cabide de empregos que o Brasil possui nos cargos do legislativo.
Para quem se contenta com um salário de cerca de R$ 2400, pode tentar uma das nove cadeiras do legislativo de Salesópolis – cidade com uma das menores relações na grande São Paulo e Alto Tietê - com 8,2 candidatos a vereador por cargo. Mais fácil do que passar nos vestibulares de universidades públicas ou mesmo entrar para cargos públicos simples como professor de primário ou motorista concursado. Que tal tentar a sorte em 2012?
FONTES:
www3.tse.gov.br
http://g1.globo.com/Eleicoes2008/0,,MUL603111-15693,00-SALARIO+DOS+VEREADORES+NAS+CAPITAIS+VARIA+ATE.html
